25 de maio de 2011

I IN U

I in u (eu em tu)
I in u é a exposição multimídia que reúne 31 trabalhos desde a década 70 ao mais recente, incluído fotografias, vídeos, desenhos, instalações, músicas, poesias e outras invenções dessa artista multidisciplinar.
Mas que artista é essa?
É a Laura Phillipe Anderson, mais conhecida como Laurie Anderson, nascida no ano de 1947 em Chicago. É formada em História da Arte e Escultura, violonista desde criança é uma mulher a frente do seu tempo uma artista em todos os sentidos e possibilidade da palavra. Laurie partiu do conhecimento da música tradicional para pesquisar novos meios de como usar o corpo, a linguagem e a tecnologia como forma de expressão. E ela foi bem sucedida: Sua carreira é composta por numerosas premiações entre elas destaco o prêmio gish com o qual Laurie foi agraciada em 2007 pela sua “notável contribuição para a beleza do mundo pelo prazer e compreensão da vida pela humanidade”.

Sim Laurie contribui para a beleza do mundo, das mais variadas formas uma prova disso é a sua exposição.


A exposição ocupa o foyer e o 2º andar do CCBB.  No foyer foi instalada a obra “Handphone”, uma mesa redonda na qual o visitante, ao sentar-se, tampa os ouvidos e escuta histórias na voz de Laurie por meio da sonoridade que vibra por meio de seus braços.
A exposição fica no segundo andar do ccbb, mas Laurie da uma palinha no foyer com

Handphone Table

E no cantinho tem seus patins e a exibição do vídeo de sua apresentação
Versão especial da peça Duets on Ice, performance realizada pela primeira vez em Gênova e na cidade de Nova York, executada com um violino com uma peça pré-gravada em looping e com a artista tocando ao vivo  
Duets on Ice (Duetos no gelo)

Celebrando a abertura da exposição
Laurie Anderson apresentou a performance Duets on Ice (Duetos no gelo), onde tocou um violino "autotocante", uma de suas invenções, utilizando um par de patins de gelo com as lâminas congeladas em um bloco de gelo.
"Quando o gelo derrete, o concerto termina", explicou a artista
E antes de entrar na exposição em si ela da mais uma palinha no muro 

Quando as lágrimas caem de meus dois olhos, elas caem de meu olho direito porque eu amo você. E elas caem do meu olho esquerdo porque eu não consigo suportar você”.
Outra frase que gostei muito foi essa: “Dizem que morremos três vezes, a primeira quando o coração para, depois quando somos cremados ou enterrados e por fim na última vez que alguém diz nosso nome”.
E enfim quando entramos pra ver a exposição percebemos que além de ver vamos ouvir, e muito. É uma exposição bem sonora e não poderia ser diferente: Laurie é musicista acima de tudo, é violonista e os violinos não poderiam faltar. Ela mostra seu arsenal de violinos
Tem o violino que toca sozinho
APE BOW VIOLIN – 2010 (um violino tocado por um mecanismo eletrônico
Tem o violino vitrola

Obs.: não consegui outra imagem, o violino encontra-se exposto em uma espécie de mesinha.

Violinos de neon




Mas o som não vinha somente dos violinos tinha outro instrumento:
Um instrumento de alumínio cilíndrico construído com componentes eletrônicos e customizado. 
tem um vídeo na parede mostrando Laurie tocando o instrumento

TALKING STICK - 1998
E o som não vem só de instrumentos musicas por aqui até as paredes falam
“Listening Wall”,obra na qual o público se recosta sobre uma parede para escutar o que as paredes falam
Mas as paredes não são as únicas a falarem tem uns travesseiros também
Talking Pillow”, um travesseiro munido de alto-falantes que “revelam os sonhos”.
Com tantas coisas falantes não poderia faltar um papagaio.

O papagaio dourado, “The Parrot”, bichinho mecânico que balbucia palavras em Português., pela voz do ator Fabio Tavares

Alem disso há diversos vídeos com performances da artista
No vídeo da esquerda laurie transforma seu corpo em uma bateria
DRUM DANCE - 1986 / SONG FOR LINES - 1977
Performances de dança e música pra você acompanhar com olhos e ouvidos:

Há também algumas coisas experimentais como:
Institutional Dream Série de seis fotografias em preto e branco da artista dormindo em lugares inusitados, lugares públicos (banheiros, banco de parque, biblioteca...) Nessa obra ela quis testar se o lugar que dormimos interfere nos nossos sonhos

INSTITUTIONAL DREAM SERIES - 1972/1973 fotografias de Laurie Dormindo em lugares inusitados.

Tinha também bastante fotos,mas algo que me chamou a tenção foi o texto explicativo para 
Duets on Ice (peças para violino previamente gravadas, as peças estavam em loop, sem começo ou fim) o mecanismo usado para medir o tempo foi um par de patins de gelo com lâminas congeladas em dois blocos de gelo de forma que quando o gelo derrete a artista perde o equilíbrio e o concerto  termina. Laurie também fala que tocava em homenagem a sua avó porque no dia de sua morte Laurie caminhou sobre um lago congelado e havia muitos patos grasnado e batendo as asas, chegou perto e os patos não foram embora então ela percebeu que eles não podiam se mover pois os patos estavam congelados numa nova camada de gelo. Laurie conta no texto que ao falar dessa homenagem um ouvinte entendeu que o concerto se devia ao dia em que ela e sua avó ficaram presas no gelo.
Performance dos anos 70, na qual Laurie tocava violino para passantes 
Até que derretesse o gelo sob seus patins 

Bem tem muito mais de Laurie na exposição não vi tudo, confesso que fui sem nenhuma pretensão mais acabei encontrando uma artista admirável,
 E se a intenção de Laurie era i in u (eu em tu) Laurie conseguiu sai com Laurie em mim, na cabeça, no ouvido e no coração.

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