9 de maio de 2011

El mar y las campanas


El mar y las campanas

  El mar y las campanas foi o último livro que li(e reli), em português recebeu o nome de Últimos poemas, foi o último livro escrito por Neruda e foi concluído em setembro de 1973. Ele morreria no dia 23 do mesmo mês no mesmo ano. 
  Nesse livro Neruda está coeso, não que sua incoerência, seu surrealismo (foi isso que me encantou nele) seja um defeito, mas às vezes é bom ver Neruda coerente, inteligível.
   E folheando esse livro tão sonoro e molhado vemos tudo que fez parte da vida de Neruda, tudo que foi importante pra ele. E  como ver o filmezinho que passa no final da vida desse poeta.
  No final não fica os grandes acontecimentos, o que planejamos, mas o que realmente é importante. Neruda estava ali, despido é um silêncio implacável (ele ainda queria aprender) foi o que sobrou.
  O cotidiano mais lindo de quem escolheu o mar e os sinos, de quem tinha os ouvidos sensíveis para ouvir o puro som do céu ou a voz azul do ar e no final agradecer mais de uma vez por tudo ou por nada que fico.
     Então quando for ler prepare-se para molhar se nesse mar tão vasto, sujar sapatos pensamentos na areia, ver gaivotas azuis sobrevoar as orlas das páginas, e sobre tudo tenha os ouvidos bem sensíveis é o livro mais sonoro que já li Neruda tem seus sinos que nunca se calarão.

“Obrigado, violinos, por este dia,
De quatro cordas.
É puro o som do céu,
a voz  azul do ar.”
                            (Pablo Neruda)

Enquanto leio os últimos poemas de Neruda, surgem inspirações para os meus primeiros, livres, sem a rima obrigatória, livres como gaivotas azuis.

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