31 de maio de 2011

Acabaram as férias

É, hoje é o meu último dia de férias, e sei que terei menos tempo pra pesquisar ou escrever, mas não abandonarei o blog tentarei escrever pelo menos uma vez na semana ou colocar algo irrelevante que eu encontrar rs
"nós nunca mais veremos um mês de Julho" como em 2011. 
Ou alguém de nós viverá mais 823 anos?
    
Boa sorte a nós todos!!! 
 
Julho/2011
 
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Este ano, Julho terá 5 sextas-feiras, 5 sábados e 5 domingos.
 
Isto acontece uma vez a cada 823 anos. Estes anos são conhecidos como 'money 
bags'.

30 de maio de 2011

Luz, lixo e ação


Timothy “Tim Nobre (nascido em 1966) e Susan “Sue” Webester (1967)
São dois artistas britânicos que desenvolveram uma técnica de arte muito interessante e original: Suas esculturas e instalação são desenvolvidas a partir do lixo.
Há quem divida o trabalho dos artistas em "Light Works" e "Shadow Works", embora Webster não os veja totalmente separados. Ela diz:
"Mantivemos os dois lados que vão juntos. Há dois lados para o trabalho o lado brilhante e o lado escuro. Isso reflete as duas personalidades dentro de nós.”
O mais conhecido dos seus trabalhos são: As Esculturas Shadow que incorporam diversos materiais, incluindo lixo doméstico, animais, sucata e taxidermia. Ao brilhar a luz sobre esses conjuntos são transformados em sombras perfis altamente precisos dos artistas.
Sua primeira escultura sombra, "Miss e Mr Compreendido Meanor, 1997 (à direita), veio à existência através da experimentação com o conjunto de itens pessoais e lixo doméstico. As silhuetas são formadas por luzes que brilham em montes de lixo, que inclui óculos quebrados e distintivos de bandas de rock. Neste trabalho em particular dos artistas as cabeça são cortadas e empalhadas em estacas.
Sua segunda grande escultura, "Dirty White Trash (com gaivotas)”, 1998 expandiu as inovações de" Miss e Mr Compreendido Meanor.  Este trabalho é composto de um novo tipo de auto-retrato, esculpidos em seis meses segundo os artistas , lixo os restos de tudo o que precisavam para sobreviver durante o tempo que levou para fazer o trabalho. A única fonte de luz ilumina a pilha de lixo, assim, lançar um retrato na sombra, o que contrasta com os materiais usados ​​para criá-lo, os artistas encostados uns aos outros, volta para trás, desfrutando de um copo de vinho e um cigarro. 

É uma dupla criativa e polêmica: Em setembro de 2000, eles foram convidados a participar da exposição “Apocalipse: a beleza e o horror” na Academia Real de Arte Contemporânea. Para isso, eles apresentaram "os indesejáveis", que compreende uma montanha de detritos recolhidos e Tim e Sue fora de casa com uma imagem da sombra dos artistas pairando acima. O surgimento de uma imensa pilha de lixo dentro da Academia Real foi intencionalmente radical e chocante, criado para contestar os pressupostos telespectadores sobre a arte.
Em 2006, uma exposição de seus trabalhos foi realizada no Museu Freud, intitulado polimorfa perversa '. "Black Narcissus", 
uma escultura feita de silicone preto com moldes de dedos Webster e pênis Noble em vários estados de excitação, foi colocado em Sigmund Freud estudio "ao lado de um busto do próprio Freud ,quando a escultura é iluminada lançar um retrato duplo do perfil dos artistas, ilustrando como a sexualidade influencia nossa percepção da realidade e reflete a sexualidade que Freud descobriu no centro da vida humana. Outro trabalho, "Scarlett", de 2006 foi uma mesa de trabalho ", na qual inúmeros bizarro brinquedos mecânicos estão trabalhando e aparentemente em vias de ser feita num cenário de pesadelo reprimida e fantasias sexuais

Sim eles são demais, e o que me chamou a atenção foi à vida que aquela aparente pilha amorfa de inutilidade ganha ao receber a iluminação devida.
Acho que a vida é assim algumas coisas que julgamos ser lixo só precisa da luz dos nossos olhos para ter seu real valor

28 de maio de 2011

A escassez


Quando você bebe um copo d’água você usará outros dois ou três pra lavar esse mesmo copo, mas isso é só um detalhe que ninguém nota, por aparentemente ser um recurso natural farto tem-se a idéia de que se pode usar desregradamente que isso não causara problemas. Primeiro, a água doce não é um recurso natural farto: Apesar de aproximadamente 70% de superfície terrestre encontra-se coberta por água, temo os seguintes fatos: De toda água existente no planeta; 97,5% é salgada e apenas 2,5% é doce. Grande parte dessa água doce encontra-se em geleiras ou em regiões subterrâneas: aqüíferos (difícil acesso). Somente o, 4% de água doce é encontrada em rios, lagos e na atmosfera, portanto de fácil acesso ao consumo humano.
Para você entender melhor, imagine uma piscina com capacidade de 1000 litros: 975 litros seriam de água salgada e somente 25 litros de água doce. Destes, apenas 100 ml (quantidade igual a um copo americano) estariam disponíveis para consumo, então isso significa que realmente a água doce não é um recurso natural farto. E sim, o desperdício causa problemas, causa prejuízos, já existem pessoas no Brasil e no mundo sofrendo com a falta d’água. Na África tem pessoas vivendo com menos de um litro de água por dia, como se vive com menos de um litro de água pro dia?Só nossas descargas gastam em média 6 litros cada vez que é utilizada. Olhe a discrepância: Enquanto em Namíbia, as pessoas têm menos de um litro de água por dia, um europeu consome entre 200 e 300litros, e um norte-americano, 575 (50 litros só nas descargas).
Então a água está distribuída pelo planeta de forma desigual:
A maioria da água doce de fácil acesso encontra-se em nove países, enquanto o resto do mundo sofre com a escassez. Ou seja, uma minoria de pessoas estão consumindo (e até esbanjando) a maior parte da água existente no planeta enquanto pra nada menos que  1,4 bilhão de pessoas a água é insuficiente; e para 2 bilhões ela não é tratada.
Brasil, Rússia, China e Canadá são os maiores detentores de água do planeta.
 Kuwait, Israel, Jordânia, Arábia Saudita e Iraque, na Ásia; Líbia, Argélia, Etiópia e Cabo Verde, na África; Hungria, França, Espanha e Bélgica, na Europa; e México e Estados Unidos, na América do Norte, são exemplos de países do planeta que enfrentam situações de escassez de água.
Mas nos vivemos no país das águas temos a maior reserva de água doce da Terra, mas mesmo aqui no Brasil a água esta mal dividida: a maioria da nossa água encontra-se em regiões com poucos habitantes e nas cidades onde se encontra a maioria da população a água há uma relativa escassez. Mas estamos no Brasil o país com a maior bacia fluvial do mundo, como pode isso?Vai saber, estamos no Brasil, tudo é possível.
Eu mesma já sofri com a falta d’água sei o que é ficar acordada na madrugada pegando água na vizinha, de ter água estocada em recipientes porque a água simplesmente não subia para a caixa, é eu sei o que é escassez de água não a ponto de imaginar como deve ser a vida dos africanos com um litro de água por dia, mas o suficiente pra me fazer valorizar e poupar esse bem tão precioso e por aqui tão banal.
Acho que quando aprendemos na escola que o Brasil é o país que mais tem água no mundo, que possui a maior bacia fluvial do mundo, que é fartamente regado por chuvas e que tem os dois dos maiores aqüíferos mundiais fica subentendido que a água nunca vai faltar, tá que não falte,sejamos pessoas racionais usando moderadamente todos os bens que temos inclusive os recursos naturais.

26 de maio de 2011

Presente

Esse texto recebi de um amigo, ele falou que lembrou de mim quando leu rs

O Lixo -
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.- No seu lixo ou no meu?»

25 de maio de 2011

Um pouco mais de Laurie

I IN U

I in u (eu em tu)
I in u é a exposição multimídia que reúne 31 trabalhos desde a década 70 ao mais recente, incluído fotografias, vídeos, desenhos, instalações, músicas, poesias e outras invenções dessa artista multidisciplinar.
Mas que artista é essa?
É a Laura Phillipe Anderson, mais conhecida como Laurie Anderson, nascida no ano de 1947 em Chicago. É formada em História da Arte e Escultura, violonista desde criança é uma mulher a frente do seu tempo uma artista em todos os sentidos e possibilidade da palavra. Laurie partiu do conhecimento da música tradicional para pesquisar novos meios de como usar o corpo, a linguagem e a tecnologia como forma de expressão. E ela foi bem sucedida: Sua carreira é composta por numerosas premiações entre elas destaco o prêmio gish com o qual Laurie foi agraciada em 2007 pela sua “notável contribuição para a beleza do mundo pelo prazer e compreensão da vida pela humanidade”.

Sim Laurie contribui para a beleza do mundo, das mais variadas formas uma prova disso é a sua exposição.


A exposição ocupa o foyer e o 2º andar do CCBB.  No foyer foi instalada a obra “Handphone”, uma mesa redonda na qual o visitante, ao sentar-se, tampa os ouvidos e escuta histórias na voz de Laurie por meio da sonoridade que vibra por meio de seus braços.
A exposição fica no segundo andar do ccbb, mas Laurie da uma palinha no foyer com

Handphone Table

E no cantinho tem seus patins e a exibição do vídeo de sua apresentação
Versão especial da peça Duets on Ice, performance realizada pela primeira vez em Gênova e na cidade de Nova York, executada com um violino com uma peça pré-gravada em looping e com a artista tocando ao vivo  
Duets on Ice (Duetos no gelo)

Celebrando a abertura da exposição
Laurie Anderson apresentou a performance Duets on Ice (Duetos no gelo), onde tocou um violino "autotocante", uma de suas invenções, utilizando um par de patins de gelo com as lâminas congeladas em um bloco de gelo.
"Quando o gelo derrete, o concerto termina", explicou a artista
E antes de entrar na exposição em si ela da mais uma palinha no muro 

Quando as lágrimas caem de meus dois olhos, elas caem de meu olho direito porque eu amo você. E elas caem do meu olho esquerdo porque eu não consigo suportar você”.
Outra frase que gostei muito foi essa: “Dizem que morremos três vezes, a primeira quando o coração para, depois quando somos cremados ou enterrados e por fim na última vez que alguém diz nosso nome”.
E enfim quando entramos pra ver a exposição percebemos que além de ver vamos ouvir, e muito. É uma exposição bem sonora e não poderia ser diferente: Laurie é musicista acima de tudo, é violonista e os violinos não poderiam faltar. Ela mostra seu arsenal de violinos
Tem o violino que toca sozinho
APE BOW VIOLIN – 2010 (um violino tocado por um mecanismo eletrônico
Tem o violino vitrola

Obs.: não consegui outra imagem, o violino encontra-se exposto em uma espécie de mesinha.

Violinos de neon




Mas o som não vinha somente dos violinos tinha outro instrumento:
Um instrumento de alumínio cilíndrico construído com componentes eletrônicos e customizado. 
tem um vídeo na parede mostrando Laurie tocando o instrumento

TALKING STICK - 1998
E o som não vem só de instrumentos musicas por aqui até as paredes falam
“Listening Wall”,obra na qual o público se recosta sobre uma parede para escutar o que as paredes falam
Mas as paredes não são as únicas a falarem tem uns travesseiros também
Talking Pillow”, um travesseiro munido de alto-falantes que “revelam os sonhos”.
Com tantas coisas falantes não poderia faltar um papagaio.

O papagaio dourado, “The Parrot”, bichinho mecânico que balbucia palavras em Português., pela voz do ator Fabio Tavares

Alem disso há diversos vídeos com performances da artista
No vídeo da esquerda laurie transforma seu corpo em uma bateria
DRUM DANCE - 1986 / SONG FOR LINES - 1977
Performances de dança e música pra você acompanhar com olhos e ouvidos:

Há também algumas coisas experimentais como:
Institutional Dream Série de seis fotografias em preto e branco da artista dormindo em lugares inusitados, lugares públicos (banheiros, banco de parque, biblioteca...) Nessa obra ela quis testar se o lugar que dormimos interfere nos nossos sonhos

INSTITUTIONAL DREAM SERIES - 1972/1973 fotografias de Laurie Dormindo em lugares inusitados.

Tinha também bastante fotos,mas algo que me chamou a tenção foi o texto explicativo para 
Duets on Ice (peças para violino previamente gravadas, as peças estavam em loop, sem começo ou fim) o mecanismo usado para medir o tempo foi um par de patins de gelo com lâminas congeladas em dois blocos de gelo de forma que quando o gelo derrete a artista perde o equilíbrio e o concerto  termina. Laurie também fala que tocava em homenagem a sua avó porque no dia de sua morte Laurie caminhou sobre um lago congelado e havia muitos patos grasnado e batendo as asas, chegou perto e os patos não foram embora então ela percebeu que eles não podiam se mover pois os patos estavam congelados numa nova camada de gelo. Laurie conta no texto que ao falar dessa homenagem um ouvinte entendeu que o concerto se devia ao dia em que ela e sua avó ficaram presas no gelo.
Performance dos anos 70, na qual Laurie tocava violino para passantes 
Até que derretesse o gelo sob seus patins 

Bem tem muito mais de Laurie na exposição não vi tudo, confesso que fui sem nenhuma pretensão mais acabei encontrando uma artista admirável,
 E se a intenção de Laurie era i in u (eu em tu) Laurie conseguiu sai com Laurie em mim, na cabeça, no ouvido e no coração.